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JOANA LUCAS + JOSE del PALO

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A dupla de artistas JOANA LUCAS + JOSE del PALO apresentam a partir de 15 de Novembro,  uma nova exposição na Galeria Arte Periférica . 

 

A rua escancara o alheamento. O espaço público pertence a todos, mas a ninguém. O olhar abre caminho entre incontáveis estímulos, distraidamente alerta. O mundo visível é o recéptaculo de todas as projecções, vemos o que sabemos e como sabemos. Seguimos o fio de sentido necessário para chegar do ponto A ao ponto B, mas a trajectória está longe de ser linear, vai prender-se e perder-se em desvios, atalhos, distracções, um volume esmagador de informação para processar, para poder preservar o nosso lugar relativo no mundo, o nosso cabimento.

Joana Lucas e Jose del Palo recolocam-nos na experiência do transeunte, precisamente na rua que agora lhes é mais familiar, Oranienstrasse, uma das artérias centrais de Berlim. Mas não nos convidam a pôr-nos no seu lugar ou a seguir os seus passos. Toda a familiaridade ou estranheza que vamos encontrar, será no seio da nossa própria experiência de estar na rua, da mente que vagueia a par e passo com as pernas. E também não vamos chegar ao destino. Vamos permanecer no caminho, tanto quanto for possível perder-nos, nos seus detalhes, nos seus obstáculos. À medida que nos adentramos nesta paisagem massiva, teremos cada vez menos a visão do seu conjunto. Mas a sua superfície, será cada vez mais a nossa pele, bem como mais humana, será também a visão, construída, composta, reflexiva, transitória, fugaz, fragmentária. Por isso, a sua fragmentação não seja de todo fortuita. Cada fragmento nega a panorâmica, sem contudo negar a sua amplitude. Cada fragmento é um estilhaço pronto a estilhaçar-se ainda mais ou mesmo dinamitar os outros.

A dada altura, talvez o eixo espaço-tempo perca a sua geometria e aquilo que soubermos da realidade será apenas o que pedimos emprestado à sua aparência, pois estaremos mais perto de estar a caminhar num sonho em que cada relance parece querer invocar arquétipos. Mas, sem descurar o facto de na rua estarmos normalmente de passagem, nesse momento teremos essa vantagem, a de sermos passageiros. Ou visitantes, à distância segura que nos aproxima da sublimação.

O sublime acelerado é afinal o seu retardamento, um prolongamento indefinido do quanto coseguiremos suportá-lo e percorrê-lo sem mapa.

Nuno Viegas, Berlim, Setembro de 2014

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